Queridas irmãs,
Desculpem-me pelo humilde texto, talvez nada convencional, mas como sou melhor com números do que com palavras, me atentei a alguns fatos, que marcaram essa incrível trajetória de todas vocês...
Há exatos 36.526 dias (ou 100 anos + 1 dia, contando os anos bissextos), aos 15 dias do mês de maio, de 1909, após reunião entre monsenhor Francisco Botti e a Madre Clementina, em Santos, foi aprovada a solicitação do religioso de criar, em Rio Claro, uma escola confessional. Nascia, nesse momento, o “Colégio Puríssimo Coração de Maria”...
Durante esses 100 anos, passaram por nossas mãos cerca de 100.000 pessoas, uma média de cerca de 75.000 famílias...
Setenta e cinco mil famílias! Um número maior do que o presente em grande parte dos municípios. Cem mil alunos! Isso corresponde, hoje, a cerca de metade da população de nossa cidade!
Se todas essas pessoas estivessem juntas, no mesmo local, conseguiríamos preencher uma vez e meia o estádio do Pacaembu. Mas preenchemos muito mais que isso, uma vez que tocamos as almas dessas pessoas e essas, por sua vez, as almas dos que os rodeiam, espalhando, por onde passam, os ideais e princípios de nosso colégio e de toda a congregação.
Se todas essas pessoas dessem as mãos, formaríamos uma corrente com cerca de duzentos quilômetros! Mas fomos mais longe e abraçamos o mundo! Hoje temos ex-alunos em diversos estados e países, exercendo com maestria as mais diversas atividades, tornando-se referência naquilo que fazem.
Grandes instituições raramente chegam a essa idade, ainda mais com toda essa vitalidade. Não somos velhos... Somos, cada vez mais, experientes, jovens e de vanguarda. Isso só é possível graças a cada uma de vocês que, com muito amor e dedicação “vivem o colégio puríssimo e toda a ideologia de Bárbara, em sua mais completa plenitude”.
Um grande físico americano, Richard P. Feynman, disse certa vez que, em uma cerca ocasião, seu filho de apenas cinco anos não pronunciava mais palavras que contivessem a letra “i”. Quando perguntado sobre o motivo ele disse: “Acabou o meu estoque desse som”.
Hoje, dada à imensa responsabilidade que me é atribuída, de, em nome de toda a família Puríssimo, prestar-lhes essa homenagem, sinto-me como o pequeno Feynman, com ausência de palavras. Não pela falta deste ou daquele fonema, mas pela falta de adjetivos que possam representar à altura, a grandeza e a importância de cada uma de vocês que representam também, todas as irmãs que por aqui passaram.
Nosso colégio gera, hoje, só na cidade de Rio Claro, cerca de 300 empregos diretos e, muito mais indiretos. Ele ajuda a construir o sonho de cerca de 1200 famílias e 1500 jovens. Temos alunos espalhados pelas maiores universidades do país e boa parte dos profissionais de renome em nosso município passou por aqui.
Não nos reduzimos a um prédio e segmentos educacionais, como educação infantil, ensinos fundamental e médio e curso pré-vestibular. Somos mais que isso: somos princípios e valores, presentes em cada projeto aqui realizado e em cada pessoa dessa grande família (alunos, pais, professores e funcionários), inspirados em cada uma de vocês, irmãs! Como poderíamos, como cidadãos, agradecer tudo isso? A cidade, o país, os alunos e ex-alunos, as famílias e todos nós funcionários, que um dia tivemos a graça de passar por aqui, temos muito a lhes agradecer. Vocês são herdeiras, guardiãs e protagonistas desses 100 anos de colégio e dos 160 anos dos sonhos de Bárbara.
Parafraseando o grande poeta, Fernando Pessoa, “Somos grandes, somos inteiros: nada aqui exagera ou exclui. Somos o todo em cada coisa, pois pomos o quanto somos no mínimo que fazemos. Assim brilhamos em cada pessoa e em cada obra desta grande família, porque todas vocês, altas vivem”. Assim, graças a cada uma de vocês, nosso lema “Educando para a Vida” se funde as palavras de nossa querida fundadora: “Mostremos com nosso exemplo aquilo que com palavras ensinamos”.
Madre Bárbara nos disse que “Nossa Missão é grande, por isso, temos necessidade de grandes virtudes, de um coração magnânimo, grande fé, esperança e amor, todas as virtudes no mais alto grau.”
Na física, estudamos que há um quinto estado da matéria - além do sólido, líquido, gasoso e do plasma - chamado de “Condensado de Bose-Einstein”, onde, em certas condições, vários átomos se agrupam e passam a se comportar, estranhamente, como se fossem um único átomo maior. Nesses anos de colégio, pude perceber que algo parecido também acontece na alma, pois, nas condições aqui oferecidas, o coração de cada um se une e se comporta como um único coração, maior.
Dom Hélder Câmara ensinou a ver as coisas essenciais, que na maioria das vezes se escondem por trás das aparências. Em seu poema sobre o colar de pérolas, ele diz : “Diante do colar – belo como um sonho – admirei, sobretudo, o fio que unia as pedras e se imolava, anônimo para que todos fossem um...”. Não encontro, neste momento, melhor maneira de retratá-las: vocês são “o fio que une cada pérola, para que todos sejam um...”
Assim, na dificuldade de encontrar os devidos méritos em vocabulários mais sofisticados, encontrei-os nas mais simples e sinceras palavras, que refletem o espírito do próprio colégio e, com ele, o de todas vocês: PARABÉNS e MUITO OBRIGADO!
Recebam, em nome de todos que fazem parte da família Puríssimo, essa singela homenagem, como prova de nosso carinho, admiração e mais profundo respeito.
Discurso de Agradecimento às IRMÃS DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA, em função do Centenário do COLÉGIO PURÍSSIMO CORAÇÃO DE MARIA
(Missa em Comemoração ao Centenário – 16/05/2009)
Autor - Prof. Huemerson Maceti
huemerson@purissimo.com.br
Coordenador Pedagógico Ensino Médio / Curso Pré-Vestibular
Rio Claro (SP) - 16/05/2009
Desculpem-me pelo humilde texto, talvez nada convencional, mas como sou melhor com números do que com palavras, me atentei a alguns fatos, que marcaram essa incrível trajetória de todas vocês...
Há exatos 36.526 dias (ou 100 anos + 1 dia, contando os anos bissextos), aos 15 dias do mês de maio, de 1909, após reunião entre monsenhor Francisco Botti e a Madre Clementina, em Santos, foi aprovada a solicitação do religioso de criar, em Rio Claro, uma escola confessional. Nascia, nesse momento, o “Colégio Puríssimo Coração de Maria”...
Durante esses 100 anos, passaram por nossas mãos cerca de 100.000 pessoas, uma média de cerca de 75.000 famílias...
Setenta e cinco mil famílias! Um número maior do que o presente em grande parte dos municípios. Cem mil alunos! Isso corresponde, hoje, a cerca de metade da população de nossa cidade!
Se todas essas pessoas estivessem juntas, no mesmo local, conseguiríamos preencher uma vez e meia o estádio do Pacaembu. Mas preenchemos muito mais que isso, uma vez que tocamos as almas dessas pessoas e essas, por sua vez, as almas dos que os rodeiam, espalhando, por onde passam, os ideais e princípios de nosso colégio e de toda a congregação.
Se todas essas pessoas dessem as mãos, formaríamos uma corrente com cerca de duzentos quilômetros! Mas fomos mais longe e abraçamos o mundo! Hoje temos ex-alunos em diversos estados e países, exercendo com maestria as mais diversas atividades, tornando-se referência naquilo que fazem.
Grandes instituições raramente chegam a essa idade, ainda mais com toda essa vitalidade. Não somos velhos... Somos, cada vez mais, experientes, jovens e de vanguarda. Isso só é possível graças a cada uma de vocês que, com muito amor e dedicação “vivem o colégio puríssimo e toda a ideologia de Bárbara, em sua mais completa plenitude”.
Um grande físico americano, Richard P. Feynman, disse certa vez que, em uma cerca ocasião, seu filho de apenas cinco anos não pronunciava mais palavras que contivessem a letra “i”. Quando perguntado sobre o motivo ele disse: “Acabou o meu estoque desse som”.
Hoje, dada à imensa responsabilidade que me é atribuída, de, em nome de toda a família Puríssimo, prestar-lhes essa homenagem, sinto-me como o pequeno Feynman, com ausência de palavras. Não pela falta deste ou daquele fonema, mas pela falta de adjetivos que possam representar à altura, a grandeza e a importância de cada uma de vocês que representam também, todas as irmãs que por aqui passaram.
Nosso colégio gera, hoje, só na cidade de Rio Claro, cerca de 300 empregos diretos e, muito mais indiretos. Ele ajuda a construir o sonho de cerca de 1200 famílias e 1500 jovens. Temos alunos espalhados pelas maiores universidades do país e boa parte dos profissionais de renome em nosso município passou por aqui.
Não nos reduzimos a um prédio e segmentos educacionais, como educação infantil, ensinos fundamental e médio e curso pré-vestibular. Somos mais que isso: somos princípios e valores, presentes em cada projeto aqui realizado e em cada pessoa dessa grande família (alunos, pais, professores e funcionários), inspirados em cada uma de vocês, irmãs! Como poderíamos, como cidadãos, agradecer tudo isso? A cidade, o país, os alunos e ex-alunos, as famílias e todos nós funcionários, que um dia tivemos a graça de passar por aqui, temos muito a lhes agradecer. Vocês são herdeiras, guardiãs e protagonistas desses 100 anos de colégio e dos 160 anos dos sonhos de Bárbara.
Parafraseando o grande poeta, Fernando Pessoa, “Somos grandes, somos inteiros: nada aqui exagera ou exclui. Somos o todo em cada coisa, pois pomos o quanto somos no mínimo que fazemos. Assim brilhamos em cada pessoa e em cada obra desta grande família, porque todas vocês, altas vivem”. Assim, graças a cada uma de vocês, nosso lema “Educando para a Vida” se funde as palavras de nossa querida fundadora: “Mostremos com nosso exemplo aquilo que com palavras ensinamos”.
Madre Bárbara nos disse que “Nossa Missão é grande, por isso, temos necessidade de grandes virtudes, de um coração magnânimo, grande fé, esperança e amor, todas as virtudes no mais alto grau.”
Na física, estudamos que há um quinto estado da matéria - além do sólido, líquido, gasoso e do plasma - chamado de “Condensado de Bose-Einstein”, onde, em certas condições, vários átomos se agrupam e passam a se comportar, estranhamente, como se fossem um único átomo maior. Nesses anos de colégio, pude perceber que algo parecido também acontece na alma, pois, nas condições aqui oferecidas, o coração de cada um se une e se comporta como um único coração, maior.
Dom Hélder Câmara ensinou a ver as coisas essenciais, que na maioria das vezes se escondem por trás das aparências. Em seu poema sobre o colar de pérolas, ele diz : “Diante do colar – belo como um sonho – admirei, sobretudo, o fio que unia as pedras e se imolava, anônimo para que todos fossem um...”. Não encontro, neste momento, melhor maneira de retratá-las: vocês são “o fio que une cada pérola, para que todos sejam um...”
Assim, na dificuldade de encontrar os devidos méritos em vocabulários mais sofisticados, encontrei-os nas mais simples e sinceras palavras, que refletem o espírito do próprio colégio e, com ele, o de todas vocês: PARABÉNS e MUITO OBRIGADO!
Recebam, em nome de todos que fazem parte da família Puríssimo, essa singela homenagem, como prova de nosso carinho, admiração e mais profundo respeito.
Discurso de Agradecimento às IRMÃS DO IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA, em função do Centenário do COLÉGIO PURÍSSIMO CORAÇÃO DE MARIA
(Missa em Comemoração ao Centenário – 16/05/2009)
Autor - Prof. Huemerson Maceti
huemerson@purissimo.com.br
Coordenador Pedagógico Ensino Médio / Curso Pré-Vestibular
Rio Claro (SP) - 16/05/2009
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