quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Colégio Madre Bárbara celebra 117 anos de história


Lajeado – Ao retornar à escola em que aprendeu a ler e escrever além de lecionar, Nara Jardim Silveira de 69 anos, se emociona. A ex-aluna e professora entrou para a instituição em 1952 para iniciar a 1ª série do Ensino Fundamental. Após encerrar o primário no Colégio Madre Bárbara, que na época chamava-se Escola Normal Madre Bárbara, a engajada aluna, entrou no ginásio. “Na época era preciso fazer uma admissão ao ginásio, como se fosse um vestibular”, conta ela. E sem cansar dos estudos, Nara ainda deu sequência ao Curso Normal. Logo após foi chamada para lecionar na instituição.

 A ex-aluna e professora, Nara Silveira, se emociona ao rever a escola  que fez parte de sua vida durante tantos anos

Hoje (30) é o aniversário do Colégio que carrega 117 anos de história para alunos, professores e funcionários que passaram pela escola assim como Nara, que afirma que o Madre Bárbara faz parte de sua vida até hoje. São aproximadamente 700 alunos e 90 professores e funcionários que fazem parte da rede de ensino que iniciou suas atividades em 1897, buscando desde então formar cidadãos responsáveis com valores essenciais para a vida.

Entusiasmada com mais um ano que se inicia, a diretora Maria Elena Jacques, saúda o aniversário da escola, acreditando no projeto educativo da instituição sendo permeado pelos valores, princípios e missão. “No Madre Bárbara estamos testemunhando aquilo que nossa fundadora Bárbara Maix pregava em cartas, testemunhos e mensagens.”

Maria Elena acredita que ao comemorar os 117 anos junto à comunidade escolar e região, percebe-se que a escola faz parte da história de muitas gerações que estiveram envolvidas na construção da rede de ensino. A diretora relembra também uma citação da Fundadora da Congregação do Imaculado Coração de Maria, em 1866. “Coloquemos em ação tudo que temos aprendido e ainda aprendemos nesta escola”, disse Bárbara Maix.

Para alcançar uma história de sucesso na educação do Vale, a diretora agradece todos os setores da instituição que trabalham diariamente por uma educação melhor e cada vez mais qualificada. Segundo a diretora é preciso agradecer os professores que conseguem colocar em prática a forma de ser e a aprendizagem dos alunos, além da equipe diretiva, das Irmãs, dos funcionários, da coordenação pedagógica, Associação de Pais e Mestres
(APM) e Associação de

Professores, que são parceiros e ajudam em todos os eventos da escola.
“Queremos poder contar com todos neste ano, revigorando nossas energias e tendo um ano de sucesso, assim como tivemos em 2013.”

As Irmãs da Congregação do Imaculado Coração de Maria também celebram a data em que o CMB comemora seu aniversário, apostando na educação de Lajeado e agradecendo a colaboração de todos que fazem parte da instituição.

A história que formou valores

A ex-aluna e professora, Nara carrega junto consigo uma história de educação. Ela afirma que era bolsista e não podia ter notas baixas, mas sempre foi dedicada e curiosa, por isso adorava aprender. “O Madre Bárbara foi a contribuição mais importante que recebi para preencher tudo aquilo que não tinha recebido de meus pais, inclusive o lado espiritual.

Até hoje vou à missa, pratico Páscoa, Natal, Corpus Christi e estou sempre ligada à religião pela qual eles me orientaram.” O filho de Nara também se formou no Colégio, o qual a ex-professora retrata com orgulho, já que até hoje mantém as amizades que criou em sua infância na escola.

A turma de Nara, que formou-se no Curso Normal em julho de 1961 planeja um reencontro de 49 anos de formatura neste ano para relembrar os aprendizados vividos dentro da escola, com fotos da época, experiências e recordações.

Até hoje a turma de magistério de Nara ainda se reencontra para trocar recordações e visualizar fotos e boletins da época


Pais unidos pela escola

Unidos pelo chimarrão, grupo de pais de alunos no 2º ano do CMB fez amizade dentro da escola

O chimarrão foi o maior parceiro de cerca de 10 pais e mães que criaram um grupo de amigos por levarem os filhos à escola em 2013. O pai de Marina do 2º ano do Ensino Fundamental, Gerson Henrique Dutra conta que o grupo começou com dois casais de amigos que já haviam combinado de colocarem seus filhos na instituição. No início do ano, os pais provaram para a escola que a convivência entre as famílias seria saudável, convidando até mesmo a diretora para participar do “chimarrão matinal” com as famílias.

“Primeiramente nos unimos pelos filhos, depois pelo chimarrão, sou responsável pelo mate, mas acredito que neste ano terei de substituir o tamanho da térmica, pois o grupo está cada vez maior.”

A esposa de Gerson, Fabiana Gugel, agradece as novas amizades que fez com os pais dos colegas de sua filha. “Não nos conhecíamos e começamos a conversar sobre nossos filhos, temas de sala de aula e assuntos em geral.”
Hoje os filhos se uniram ainda mais, brincando juntos em todas as reuniões do grupo. “Em nossos eventos acaba que as crianças e adultos se divertem, queremos que o grupo cresça ainda mais.”

Os pais de Isadora, também do 2º ano, Noé Souza e Claudete Buffon também deram início ao grupo e acreditam que seja muito bom formar uma amizade maior com outros pais, sendo importante para o crescimento das crianças.
“A ideia é que sempre fiquemos juntos, os pais e filhos.”

A mãe de Olivia, Joice Ruppenthal, tem certeza que a amizade dos filhos será eterna, pois ocorre um acompanhamento entre as famílias. “Já conhecia muitos dos pais, no Madre Bárbara a convivência aumentou nas trocas de conversas e histórias das crianças, já que nos vemos quase todas as manhãs.”

A mãe de João Vitor, Luciane Delving, confessa que aprende a superar os problemas com cada um dos pais. “Discutimos pequenas coisas que acontecem em casa com as crianças e avaliamos soluções e ideias.” Além disso, Luciane conta que são planejadas festas ou jantas, já que a escola apoia a integração do grupo.

Projetos para os 117 anos

A diretora Maria Elena salienta que todo aniversário é motivo de comemoração pelos desafios e pela ousadia dentro dos sonhos que pretendem realizar. Este ano, a escola busca iniciar uma obra para beneficiar os alunos da Educação Infantil. O projeto foi encaminhado para aprovação da mantenedora. “Queremos dar um novo visual para a Educação Infantil com um prédio moderno e equipado, buscando sempre aprimoramentos na parte pedagógica.”

A diretora também relembra o carinho e olhar especial que a fundadora mantinha com as crianças, deixando registrado que elas tem um olhar cativante e sem maldade, estando prontas para serem lapidadas e trabalhadas, sendo guiadas a serem pessoas do bem, que respeitam seus limites, sem se basear no ter e sim no ser. “Essa será nossa grande missão e desafio para este ano em que comemoramos 117 anos da escola, temos muito orgulho e prazer de dizer que temos um grande reconhecimento pelo testemunho de pessoas que estudaram ou trabalharam e aqueles que continuam convivendo conosco e reforçando cada vez mais nosso jeito de ser.”

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Texto e fotos: Jornalista Renata Leal

Colégio Madre Bárbara
Lajeado - RS

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Irmãs participaram da Escola Vocacional, em Belo Horizonte

Aconteceu entre os dias 20 e 24 de janeiro o encontro da Escola Vocacional 2014, promovido pelos Irmãos Maristas. O encontro foi realizado em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. Religiosos e religiosas de 50 Congregações de todas as regiões do Brasil participaram da formação, somando em quase 100 o número de participantes.
A Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria participou da Escola Vocacional com a presença de 12 Irmãs de todas as Províncias ICM. O encontro é oportuno para a Congregação, uma vez que as Irmãs reorganizam o Serviço de Animação Vocacional (SAV).

A Conselheira Geral do Setor Formação, Irmã Elida Debastiani,  participou do encontro e descreve  o aprendizado nestes dias de formação: “Nossa participação na Escola Vocacional se dá num momento em que estamos reorganizado o SAV - serviço de animação Vocacional na Congregação. Necessitamos fazer a travessia de um modelo de  Animação Vocacional que se esgotou. A realidade mudou significativamente e, hoje, a centralidade da Animação Vocacional busca ajudar as Juventudes a descobrir seu lugar no mundo, na Igreja, na sociedade”.

Irmã Élida enfatiza também que a vocação diz de um projeto de vida com responsabilidade no mundo: “O ponto de partida não é a vocação, mas a vida. Somos chamados e chamadas à vida em primeiro lugar. Faz-se necessário perceber-se como criatura querida por Deus e, uma vez amada, responder com amor. As vocações específicas nascem da consciência de ser alguém, de estar no mundo para uma missão” finalizou.

 
 
 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Papa no Angelus: "Ninguém está excluído da salvação de Deus"


Cidade do Vaticano – Milhares de fiéis se reuniram este domingo, na Praça S. Pedro, para rezar o Angelus com o Papa Francisco.

Na alocução que precedeu a oração mariana, o Pontífice comentou o Evangelho deste domingo, que narra o início da vida pública de Jesus nas cidades e nos vilarejos da Galileia. A sua missão não parte de Jerusalém, ou seja, centro religioso, social e político, mas de uma região periférica, desprezada pelos judeus mais ortodoxos, devido à presença naquela região de diversas populações estrangeiras.

Isaías indicava esta região como «Galileia dos gentios». Era uma terra de fronteira, uma região de trânsito onde se encontravam pessoas de diferentes raças, culturas e religiões. Por isso, se tornou um lugar simbólico para a abertura do Evangelho a todos os povos.

Deste ponto de vista, disse o Papa, a Galileia se parece com o mundo de hoje. Também nós somos imergidos a cada dia numa “Galileia dos gentios”, e neste tipo de contexto podemos nos assustar e ceder à tentação de construir recintos para estar mais seguros, mais protegidos. Mas Jesus nos ensina que a Boa Nova não é reservada a uma parte da humanidade, deve ser comunicada a todos.

Partindo da Galileia, prosseguiu o Pontífice, Jesus nos diz que ninguém está excluído da salvação de Deus, ou melhor, que Deus prefere partir da periferia, dos últimos, para alcançar a todos.

A missão não começa somente de um lugar descentralizado, mas também de homens “mais simples”. Para escolher os seus primeiros discípulos e futuros apóstolos, Jesus não se dirigiu às escolas dos escribas e dos doutores da Lei, mas às pessoas humildes, como eram os pescadores. Ao ouvirem o chamado, eles seguiram Jesus imediatamente.

Queridos amigos e amigas, o Senhor chama também hoje! Passa pelas ruas da nossa vida cotidiana; nos chama a ir com Ele, a trabalhar com Ele pelo Reino de Deus, nas “Galileias” do nosso tempo. E se algum de vocês ouvir o Senhor que diz “siga-me”, seja corajoso, vá com o Senhor. Ele jamais decepciona. Deixemo-nos alcançar pelo seu olhar, pela sua voz, e sigamos Jesus, para que a alegria do Evangelho chegue até aos confins da terra e nenhuma periferia fique sem a sua luz.

Ao saudar os grupos presentes na Praça, recordou que nos próximos dias os povos orientais celebrarão o Ano Novo lunar. Aos milhões de pessoas que vivem no Extremo Oriente ou espalhados em várias partes do mundo, entre os quais chineses, coreanos e vietnamitas, “a todos eles desejo uma existência repleta de alegria e de esperança”, disse o Papa.

Ao ver tantas crianças na Praça, o Pontífice pediu orações por um menino de três anos, Cocò (Nicola) Campolongo, que morreu carbonizado uma semana atrás, com outras duas pessoas (seu avô e companheira) dentro de um carro. O crime ocorreu na localidade de Cassano allo Jonio, na província de Cosenza (Calábria), num ajuste de contas da máfia local.

Esta brutalidade contra uma criança tão pequena parece não ter precedentes na história da criminalidade. Rezemos com Cocò, que certamente está com Jesus no céu, e pelas pessoas que cometeram este crime, para que se arrependam e se convertam ao Senhor.

Com dois jovens a seu lado, Francisco saudou também os membros da Ação Católica da Diocese de Roma, que concluíram a iniciativa “Caravana da Paz”. Depois da leitura de uma mensagem de agradecimento ao Santo Padre, os jovens soltaram duas pombas, como símbolo de paz.


Rádio Vaticano

Pensamento


Francisco pede mais espaço para a mulher na Igreja e na sociedade

Cidade do Vaticano – Papa Francisco recebeu, no final da manhã deste sábado, na Sala Clementina, cerca de 300 participantes no Congresso nacional do Centro Feminino Italiano, reunidos em Roma, de 24 a 26 do corrente, para aprofundar o tema: “Aquele passo a mais: regenerar a vida, cultivar a esperança”.
O objetivo desta Associação feminina é trabalhar para a construção civil, social e cultural de uma democracia unida e a convivência, baseada no respeito dos direitos humanos e da dignidade da pessoa, segundo o espírito e os princípios cristãos.

Em seu discurso aos presentes, o Santo Padre recordou os quase 70 anos de atividades do Centro feminino Italiano, em prol da formação e da promoção humana, além do testemunho sobre o papel da mulher na sociedade e na comunidade eclesial. E, ao citar o documento do Beato João Paulo II “Mulieris dignitatem”, sobre a dignidade e a vocação da mulher, o Papa disse:

“Eu também quero destacar a indispensável contribuição da mulher na sociedade, de modo particular a sua sensibilidade e intuição em relação ao próximo, ao fraco e indefeso. Alegro-me ao ver o grande número de mulheres, que compartilha de algumas responsabilidades pastorais, mediante o acompanhamento de pessoas, famílias e grupos e a reflexão teológica”.

Neste sentido, o Bispo de Roma fez votos de que “tais espaços possam se ampliar e contar com uma maior e incisiva participação da presença feminina no seio da Igreja”. Estes espaços novos e responsabilidades – recomendou - devem expandir-se, não apenas na esfera eclesial, mas também na esfera pública, civil, profissional e familiar:

“A presença da mulher, no âmbito familiar, se revela ainda mais necessário na transmissão dos sólidos princípios morais às gerações futuras, como também na transmissão da própria fé. Isto só é possível com o discernimento e a reflexão sobre a realidade da mulher na sociedade, que pressupõe uma oração assídua e perseverante”.

Com efeito, - concluiu o Pontífice - é no diálogo com Deus, iluminado pela sua Palavra e irrigado pela graça dos Sacramentos, que a mulher cristã procura sempre responder ao chamado de Deus, sustentado pela presença materna de Maria. Que Ela possa indicar o caminho para descobrir e aprofundar o significado e o papel da mulher na sociedade e na Igreja e sua missão no mundo! (MT)


Rádio Vaticano

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial das Comunicações

O Dia Mundial das Comunicações Sociais é celebrado no dia 12 de maio. Porém, por tradição, a mensagem é divulgada pela Igreja Católica no dia ou véspera da comemoração litúrgica de São Francisco de Sales, patrono dos escritores e jornalistas, comemorado em 24 de janeiro.

Veja a íntegra da mensagem:

 
Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais
48º DIA MUNDIAL DAS COMUNICAÇÕES SOCIAIS

Comunicação ao serviço de uma autêntica cultura do encontro

1 de Junho de 2014
Mensagem do Santo Padre Francisco

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje vivemos num mundo que está a tornar-se cada vez menor, parecendo, por isso mesmo, que deveria ser mais fácil fazer-se próximo uns dos outros. Os progressos dos transportes e das tecnologias de comunicação deixam-nos mais próximo, interligando-nos sempre mais, e a globalização faz-nos mais interdependentes. Todavia, dentro da humanidade, permanecem divisões, e às vezes muito acentuadas. A nível global, vemos a distância escandalosa que existe entre o luxo dos mais ricos e a miséria dos mais pobres. Frequentemente, basta passar pelas estradas duma cidade para ver o contraste entre os que vivem nos passeios e as luzes brilhantes das lojas. Estamos já tão habituados a tudo isso que nem nos impressiona. O mundo sofre de múltiplas formas de exclusão, marginalização e pobreza, como também de conflitos para os quais convergem causas económicas, políticas, ideológicas e até mesmo, infelizmente, religiosas.

Neste mundo, os mass-media podem ajudar a sentir-nos mais próximo uns dos outros; a fazer-nos perceber um renovado sentido de unidade da família humana, que impele à solidariedade e a um compromisso sério para uma vida mais digna. Uma boa comunicação ajuda-nos a estar mais perto e a conhecer-nos melhor entre nós, a ser mais unidos. Os muros que nos dividem só podem ser superados, se estivermos prontos a ouvir e a aprender uns dos outros. Precisamos de harmonizar as diferenças por meio de formas de diálogo, que nos permitam crescer na compreensão e no respeito. A cultura do encontro requer que estejamos dispostos não só a dar, mas também a receber de outros. Os mass-media podem ajudar-nos nisso, especialmente nos nossos dias em que as redes da comunicação humana atingiram progressos sem precedentes. Particularmente a internet pode oferecer maiores possibilidades de encontro e de solidariedade entre todos; e isto é uma coisa boa, é um dom de Deus.

No entanto, existem aspectos problemáticos: a velocidade da informação supera a nossa capacidade de reflexão e discernimento, e não permite uma expressão equilibrada e correcta de si mesmo. A variedade das opiniões expressas pode ser sentida como riqueza, mas é possível também fechar-se numa esfera de informações que correspondem apenas às nossas expectativas e às nossas ideias, ou mesmo a determinados interesses políticos e económicos. O ambiente de comunicação pode ajudar-nos a crescer ou, pelo contrário, desorientar-nos. O desejo de conexão digital pode acabar por nos isolar do nosso próximo, de quem está mais perto de nós. Sem esquecer que a pessoa que, pelas mais diversas razões, não tem acesso aos meios de comunicação social corre o risco de ser excluído.

Estes limites são reais, mas não justificam uma rejeição dos mass-media; antes, recordam-nos que, em última análise, a comunicação é uma conquista mais humana que tecnológica. Portanto haverá alguma coisa, no ambiente digital, que nos ajuda a crescer em humanidade e na compreensão recíproca? Devemos, por exemplo, recuperar um certo sentido de pausa e calma. Isto requer tempo e capacidade de fazer silêncio para escutar. Temos necessidade também de ser pacientes, se quisermos compreender aqueles que são diferentes de nós: uma pessoa expressa-se plenamente a si mesma, não quando é simplesmente tolerada, mas quando sabe que é verdadeiramente acolhida. Se estamos verdadeiramente desejosos de escutar os outros, então aprenderemos a ver o mundo com olhos diferentes e a apreciar a experiência humana tal como se manifesta nas várias culturas e tradições. Entretanto saberemos apreciar melhor também os grandes valores inspirados pelo Cristianismo, como, por exemplo, a visão do ser humano como pessoa, o matrimónio e a família, a distinção entre esfera religiosa e esfera política, os princípios de solidariedade e subsidiariedade, entre outros.

Então, como pode a comunicação estar ao serviço de uma autêntica cultura do encontro? E – para nós, discípulos do Senhor – que significa, segundo o Evangelho, encontrar uma pessoa? Como é possível, apesar de todas as nossas limitações e pecados, ser verdadeiramente próximo aos outros? Estas perguntas resumem-se naquela que, um dia, um escriba – isto é, um comunicador – pôs a Jesus: «E quem é o meu próximo?» (Lc 10, 29 ). Esta pergunta ajuda-nos a compreender a comunicação em termos de proximidade. Poderíamos traduzi-la assim: Como se manifesta a «proximidade» no uso dos meios de comunicação e no novo ambiente criado pelas tecnologias digitais? Encontro resposta na parábola do bom samaritano, que é também uma parábola do comunicador. Na realidade, quem comunica faz-se próximo. E o bom samaritano não só se faz próximo, mas cuida do homem que encontra quase morto ao lado da estrada. Jesus inverte a perspectiva: não se trata de reconhecer o outro como um meu semelhante, mas da minha capacidade para me fazer semelhante ao outro. Por isso, comunicar significa tomar consciência de que somos humanos, filhos de Deus. Apraz-me definir este poder da comunicação como «proximidade».

Quando a comunicação tem como fim predominante induzir ao consumo ou à manipulação das pessoas, encontramo-nos perante uma agressão violenta como a que sofreu o homem espancado pelos assaltantes e abandonado na estrada, como lemos na parábola. Naquele homem, o levita e o sacerdote não vêem um seu próximo, mas um estranho de quem era melhor manter a distância. Naquele tempo, eram condicionados pelas regras da pureza ritual. Hoje, corremos o risco de que alguns mass-media nos condicionem até ao ponto de fazer-nos ignorar o nosso próximo real.

Não basta circular pelas «estradas» digitais, isto é, simplesmente estar conectados: é necessário que a conexão seja acompanhada pelo encontro verdadeiro. Não podemos viver sozinhos, fechados em nós mesmos. Precisamos de amar e ser amados. Precisamos de ternura. Não são as estratégias comunicativas que garantem a beleza, a bondade e a verdade da comunicação. O próprio mundo dos mass-media não pode alhear-se da solicitude pela humanidade, chamado como é a exprimir ternura. A rede digital pode ser um lugar rico de humanidade: não uma rede de fios, mas de pessoas humanas. A neutralidade dos mass-media é só aparente: só pode constituir um ponto de referimento quem comunica colocando-se a si mesmo em jogo. O envolvimento pessoal é a própria raiz da fiabilidade dum comunicador. É por isso mesmo que o testemunho cristão pode, graças à rede, alcançar as periferias existenciais.

Tenho-o repetido já diversas vezes: entre uma Igreja acidentada que sai pela estrada e uma Igreja doente de auto-referencialidade, não hesito em preferir a primeira. E quando falo de estrada penso nas estradas do mundo onde as pessoas vivem: é lá que as podemos, efectiva e afectivamente, alcançar. Entre estas estradas estão também as digitais, congestionadas de humanidade, muitas vezes ferida: homens e mulheres que procuram uma salvação ou uma esperança. Também graças à rede, pode a mensagem cristã viajar «até aos confins do mundo» (Act 1, 8). Abrir as portas das igrejas significa também abri-las no ambiente digital, seja para que as pessoas entrem, independentemente da condição de vida em que se encontrem, seja para que o Evangelho possa cruzar o limiar do templo e sair ao encontro de todos. Somos chamados a testemunhar uma Igreja que seja casa de todos. Seremos nós capazes de comunicar o rosto duma Igreja assim? A comunicação concorre para dar forma à vocação missionária de toda a Igreja, e as redes sociais são, hoje, um dos lugares onde viver esta vocação de redescobrir a beleza da fé, a beleza do encontro com Cristo. Inclusive no contexto da comunicação, é precisa uma Igreja que consiga levar calor, inflamar o coração.

O testemunho cristão não se faz com o bombardeio de mensagens religiosas, mas com a vontade de se doar aos outros «através da disponibilidade para se deixar envolver, pacientemente e com respeito, nas suas questões e nas suas dúvidas, no caminho de busca da verdade e do sentido da existência humana (BENTO XVI, Mensagem para o XLVII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 2013). Pensemos no episódio dos discípulos de Emaús. É preciso saber-se inserir no diálogo com os homens e mulheres de hoje, para compreender os seus anseios, dúvidas, esperanças, e oferecer-lhes o Evangelho, isto é, Jesus Cristo, Deus feito homem, que morreu e ressuscitou para nos libertar do pecado e da morte. O desafio requer profundidade, atenção à vida, sensibilidade espiritual. Dialogar significa estar convencido de que o outro tem algo de bom para dizer, dar espaço ao seu ponto de vista, às suas propostas. Dialogar não significa renunciar às próprias ideias e tradições, mas à pretensão de que sejam únicas e absolutas.

Possa servir-nos de guia o ícone do bom samaritano, que liga as feridas do homem espancado, deitando nelas azeite e vinho. A nossa comunicação seja azeite perfumado pela dor e vinho bom pela alegria. A nossa luminosidade não derive de truques ou efeitos especiais, mas de nos fazermos próximo, com amor, com ternura, de quem encontramos ferido pelo caminho. Não tenhais medo de vos fazerdes cidadãos do ambiente digital. É importante a atenção e a presença da Igreja no mundo da comunicação, para dialogar com o homem de hoje e levá-lo ao encontro com Cristo: uma Igreja companheira de estrada sabe pôr-se a caminho com todos. Neste contexto, a revolução nos meios de comunicação e de informação são um grande e apaixonante desafio que requer energias frescas e uma imaginação nova para transmitir aos outros a beleza de Deus.

Vaticano, 24 de Janeiro – Memória de São Francisco de Sales – do ano 2014.

FRANCISCUS

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Província de Teresina: 26 anos de vida e missão!


“Província de Teresina, 
a luz do Cristo Libertador,
És uma estrela que ilumina, 
as esperanças de um povo lutador”

Celebramos hoje, dia 22 de janeiro, os 26 anos de fundação da Província de Teresina, sob a Proteção do Cristo Libertador. A Província é a presença das Irmãs do Imaculado Coração de Maria para o Norte e Nordeste brasileiro: Piauí, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Tocantins.

É um espaço de presença missionária e solidária, integrada nas mais diversas realidades e atualizada conforme as necessidades da época.

“A presença das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, ao longo dos anos, no Nordeste e Norte do Brasil, tem sido expressão da Santíssima Vontade de Deus e faísca de esperança nos meio dos empobrecidos e empobrecidas.”
Louvamos e bendizemos a Deus por toda a vida gerada neste chão!

Rezemos por cada Irmã que já se doou  ou se doa por completo na missão junto às comunidades. Rezemos pelos leigos e leigas que espalham a presença do Reino de Deus na vivência do Carisma ICM.

Parabéns, com as abundantes bênçãos de Deus !!!


"Ó Cristo Libertador,

Por vosso pai, por vosso amor,
Trindade Santa, sois comunhão
Em vós buscamos libertação"

[Hino da Província]

Saiba Mais:

Província de Teresina sob a Proteção de Cristo Libertador
Piauí, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Tocantins
Blog: http://provinciacristolibertador.blogspot.com

Papa Francisco "As divisões entre os cristãos são um escândalo a superar"

Cerca de 15 mil pessoas participaram esta quarta-feira da Audiência Geral com o Papa Francisco, na Praça S. Pedro, apesar da chuva.

A catequese do Pontífice foi dedicada à Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, em andamento nos países do hemisfério norte (no Brasil, essa Semana é realizada entre Ascensão e Pentecostes) – uma tradição que se repete há mais de 100 anos.
Anualmente, um grupo ecumênico de uma região do mundo sugere um tema e prepara subsídios para a Semana, sob a guia do Conselho Mundial de Igrejas e do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos. Em 2014, os subsídios foram preparados pelas Igrejas e comunidades cristãs do Canadá e têm como referência a pergunta dirigida por São Paulo aos cristãos de Coríntio: “Cristo estaria dividido?” (1 Cor 1,13).

“Certamente não”, respondeu Francisco. Todavia, “devemos reconhecer sinceramente, com dor, que as nossas comunidades continuam a viver divisões que provocam escândalo”.

“O nome de Cristo cria comunhão e unidade, não divisão!”, prosseguiu o Papa, explicando que o Batismo e a Cruz são elementos centrais do discipulado cristão que temos em comum. “As divisões, ao invés, enfraquecem a credibilidade e a eficácia do nosso empenho de evangelização e correm o risco de esvaziar a Cruz da sua potência.”

Paulo repreende os coríntios por suas brigas, mas dá graças a Deus por eles terem sido cumulados de todas as riquezas, todas as da palavra e as do conhecimento. Para Francisco, esta atitude do Apóstolo é um encorajamento para nós e para cada comunidade cristã a reconhecer com alegria os dons de Deus presentes em outras comunidades. “Não obstante o sofrimento das divisões, acolhamos as palavras de Paulo como um convite a alegrarmo-nos sinceramente das graças concedidas por Deus a outros cristãos.”

Nos subsídios preparados pelas comunidades cristãs do Canadá, há um convite não a pensar naquilo que podemos dar aos nossos vizinhos cristãos, mas a encontrar-se para compreender aquilo que cada uma das comunidades pode receber das outras. “Para isso, requer-se humildade, reflexão e contínua conversão”, afirmou o Pontífice.

Após a catequese, o Papa saudou os vários grupos presentes na Praça; entre eles, os sacerdotes da Diocese de Catanduva (SP) e os participantes do encontro anual dos coordenadores regionais do Apostolado do Mar, exortando-os a serem a voz dos trabalhadores que vivem longe de suas famílias e enfrentam situação de perigo e dificuldade.



Rádio Vaticano

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Colégio Mãe de Deus - 110 anos de fundação

Colégio Mãe de Deus
Porto Alegre - RS

110 anos de fundação

"Quem vive aprendendo, sabe como ensinar"


 A semente lançada a mais de 100 anos germinou, brotou, cresceu e se desenvolveu, constituindo-se assim, o tão querido Colégio Mãe de Deus, junto ao qual, acorrem ano a ano, centenas de crianças e jovens que buscam respostas para suas interrogações existenciais, conhecimento e competência para os desafios da vida e do mundo, motivação para cultivar a fé, coragem para viver a fraternidade, a justiça, a solidariedade, a partilha e tantos outros valores que o Evangelho propõe.

Site: www.colegiomaededeus.com.br

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Irmãs participaram do 13º Intereclesial das CEBs no Ceará

O 13º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, as CEBs, teve como tema: “Justiça e Profecia a Serviço da Vida” e o lema: “CEBs, Romeiras do Campo e da Cidade”, se constituiu um momento de reflexão, partilha alegria, esperança, enfim , um encontro de mulheres e homens que continuam acreditando, fazendo e refazendo a história à luz da Palavra de Deus.
Juazeiro do Norte, no Ceará, a terra de Padre Cícero, da Beata Maria de Araújo e do Beato José Lourenço, se transformou num verdadeiro cenáculo onde, na luz do Espírito Santo, nos fortalecemos para continuar a caminhada teimosa.

Na celebração da memória dos nossos mártires, profetas e profetisas nos ajudaram a reafirmar o compromisso com a luta em defesa da vida e persistindo no resgate da identidade das CEBs, pois elas são não somente um jeito novo de ser Igreja, mas a maneira mais acertada de ser Igreja hoje.

Éramos nove Irmãs do Imaculado Coração de Maria (05 da Província de Teresina) participando deste momento de graça, luz, força e renovação.

 
 
 
 
 
 
 
 

Ir. Rosa Ilma Lobato

Saiba Mais

Província de Teresina sob a Proteção de Cristo Libertador
Piauí, Maranhão, Bahia, Rio Grande do Norte, Ceará, Paraíba e Tocantins
Blog: http://provinciacristolibertador.blogspot.com

Francisco encoraja os migrantes: "não percam a esperança de um mundo melhor"

Cidade do Vaticano - "Seguir Jesus torna-nos mais livres e alegres." Assim se expressou o Papa ao meio-dia deste domingo no Angelus, na Praça São Pedro, lotada de fiéis e peregrinos oriundos de várias comunidades étnicas, neste Dia Mundial dos Migrante e Refugiados, cuja jornada tem como tema "Os migrantes e refugiados: rumo a um mundo melhor".

O Santo Padre dedicou uma oração especial àqueles que vivem situações de dificuldades, recordando que o amor é o único modo para vencer o mal e o pecado.

"Eis o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo": assim João Batista reconhece "Jesus que aparece na multidão às margens do rio Jordão. O encontro narrado no Evangelho dominical nos faz entender – observou o Papa – que "Jesus veio ao mundo com uma missão precisa: libertá-lo da escravidão do pecado, assumindo sobre Si as culpas da humanidade.

"De que modo? Amando. Não há outro modo para vencer o mal e o pecado a não ser com o amor que impele à doação da própria vida em favor dos outros."

De fato, Jesus "assumiu sobre Si os nossos sofrimentos, as nossas dores, a ponto de morrer na cruz."

"Ele é o verdadeiro cordeiro pascal, que se imerge no rio do nosso pecado, para purificar-nos."

"Um homem que se coloca na fila dos pecadores para fazer-se batizar, embora não precisasse. Um homem que Deus mandou ao mundo como cordeiro imolado."

"Esta imagem do cordeiro poderia surpreender; de fato, um animal que não se caracteriza, certamente, pela força e robustez assume sobre si um peso tão oprimente."

"A massa enorme do mal" "tolhida e carregada por uma criatura fraca e frágil", "que chega ao limite do sacrifício de si".

"O cordeiro não é um dominador, mas é dócil; não é agressivo, mas pacífico; não mostra as presas ou os dentes diante de qualquer ataque, mas suporta e é remissivo. Jesus é assim! Jesus é assim, como um cordeiro."

Portanto, o que significa, "hoje, ser discípulo de Jesus, Cordeiro de Deus?"

"Significa colocar a inocência no lugar da malícia, o amor no lugar da força, a humildade no lugar da soberba, o serviço no lugar do prestígio."

Significa "não viver como uma 'cidadela cercada' – explicou Francisco –, mas como uma cidade situada no monte, aberta, acolhedora, solidária."

"Significa não assumir atitudes de fechamento, mas propor o Evangelho a todos, testemunhando com a nossa vida que seguir Jesus nos torna mais livres e mais alegres."

Após a recitação do Angelus, o Bispo de Roma dirigiu uma saudação particular a todos os migrantes e refugiados na Itália e em todas as partes do mundo, neste Dia Mundial a eles dedicado:

"Queridos amigos, vocês estão no coração da Igreja, porque a Igreja é um povo em caminho rumo ao Reino de Deus, que Jesus Cristo trouxe para o meio de nós."

"Não perca a esperança por um mundo melhor! Faço votos de que vocês possam viver em paz nos países que os acolhem, custodiando seus valores culturais de origem." Em seguida, o Pontífice fez um agradecimento aos que se colocam ao lado dos migrantes:

"Gostaria de agradecer àqueles que trabalham com os migrantes para acolhê-los e acompanhá-los em seus momentos difíceis, para defendê-los daqueles a quem o Beato Scalabrini definia "os mercadores de carne humana", que querem escravizar os migrantes!"

E de modo particular:

"Quero agradecer à Congregação dos missionários de São Carlos, aos padres e às irmãs escalabrinianos que tão bem fazem à Igreja e que se fazem migrantes com os migrantes."

Por fim, o Papa rezou mais uma Ave-Maria com os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.

"Neste momento pensemos nos muitos migrantes, muitos! Muitos refugiados, em seus sofrimentos, em suas vidas, muitas vezes sem trabalho, sem documentos, tanta dor, e, todos juntos, dirijamos uma oração pelos migrantes e refugiados que vivem situações mais graves e mais difíceis: Ave-Maria..."

O Santo Padre concedeu a todos a sua Bênção Apostólica. (RL)


Rádio Vaticano

Religiosa que viveu no Brasil: Missionária junto aos migrantes será beatificada em São Paulo


“Tudo o que acontece é bom, porque vem de Deus”, sempre dizia a religiosa Maria Assunta Caterina Marchetti, conhecida como madre Asssunta, que será beatificada em São Paulo, no dia 25 de outubro. Em carta oficial enviada, em 17 de dezembro de 2013,  à superiora geral das Missionárias de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas, irmã Neusa de Fátima Mariano, o secretário de Estado do Vaticano, dom Angelo Becciu, comunicou oficialmente a aprovação da beatificação de Madre Assunta.

O secretário informou ainda que o papa permitiu que a celebração do rito de beatificação fosse realizada no Brasil. Francisco nomeou como seu representante e presidente da celebração, o prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato.

“Acolhemos esta notícia com grande alegria e júbilo, pois é uma graça para a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu-Scalabrinianas”, disse irmã Neusa. “Acreditamos que a beatificação será portadora de muitos frutos de santidade e de renovação espiritual para todos os membros do Instituto e ao mesmo tempo que é portadora de um novo vigor na vivência de nossa consagração religiosa no serviço aos migrantes”, acrescentou.

Ainda de acordo com a Superiora Geral, se pode dizer que, “na trajetória missionária, Madre Assunta deixou um legado profundo de autêntica fidelidade ao carisma Scalabriniano, ao mesmo tempo que permeia o nosso futuro de esperança. E convidou todos os fiéis a participarem deste momento importante para a Congregação e a Igreja. “É com esse espírito que queremos celebrar  este evento eclesial, para o qual convidamos todo o povo de Deus para que se una a nós e participem deste grande evento da Beatificação da Venerável Madre Assunta Marchetti, mãe dos órfãos, imigrantes e abandonados”, concluiu.

Madre Assunta
Natural de Lombrici di Camaiore, província de Lucca, Itália, Maria Assunta nasceu em 15 de agosto de 1871. Veio para o Brasil em outubro de 1895, a pedido do seu irmão, padre José Marchetti, missionário de São Carlos, ordem fundada em 1887 pelo bispo de Piacenza, João Batista Scalabrini, para cuidar dos órfãos filhos de imigrantes italianos e africanos que viviam em São Paulo.

Madre Assunta viveu no Brasil por mais de cinquenta anos. Faleceu em 1º de julho de 1948, no orfanato na Vila Prudente (SP), onde foram enterrados seus restos mortais.  A madre Assunta passou os últimos meses de sua vida em uma cadeira de rodas, mas sempre atenta em servir o próximo.

O milagre
Em 1994, Heráclides Teixeira Filho foi diagnosticado com morte cerebral, no Hospital Mãe de Deus, em Porto Alegre (RS). Após a família pedir a intercessão de Madre Assunta, o paciente recobrou os sentidos e ficou curado sem sequelas. No dia 19 de dezembro de 2011 aconteceu a promulgação do Decreto das Virtudes Heroicas de Madre Assunta Marchetti, reconhecidas pelo papa Bento XVI. O milagre atribuído à venerável Madre Assunta foi reconhecido no dia 09 de fevereiro de 2012 pela equipe de médicos da Congregação da Causa dos Santos do Vaticano.

CNBB Nacional

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Manaus: Rede Um Grito Pela Vida assessorou formação sobre a Campanha da Fraternidade

"É degradante pensarmos na pessoa como mercadoria. Inverte totalmente a essência do que é ser humano e esvazia a pessoa da sua dignidade e do seu direito de ser livre. Com a globalização, intensificaram-se os processos de migração e de tráfico humano, uma realidade que interpela todas as pessoas a se indignarem, a se informarem e a buscarem os meios de erradicar esse verdadeiro crime que destrói a vida e os sonhos das pessoas."

Aconteceu na quinta-feira, dia 16 de janeiro a primeira capacitação sobre a Campanha da Fraternidade 2014: "Fraternidade e o Tráfico de Pessoas" na Arquidiocese de Manaus, setor 4. A Convite da Arquidiocese de Manaus, a Rede Um Grito Pela Vida assessorou o encontro as Irmãs Roselei Bertoldo (Irmãs do Imaculado Coração de Maria) e  Maria de Fátima Barbosa (Cônegas de Santo Agostinho).

O encontro contou com um grande número de participantes: em torno de 400 pessoas. A formação terá continuidade na noite do dia 17 e no domingo pela manhã dia 19.01. Dando visibilidade ao crime do tráfico de pessoas é possível desmobilizar as redes de aliciamento.
 
 
 

Irmãs Formadoras participam de encontro no Rio de Janeiro

Anualmente, as Irmãs que atuam na formação da Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria promovem encontro para fortalecer ainda mais a convivência, propiciar o estudo e elaborar ações para o setor.

 
Nos primeiros dias de 2014, as Irmãs se encontram na cidade do Rio de Janeiro. Irmã Iraides Dall’Agnol, formadora da Província de Porto Alegre relata como foi o encontro. Confira:
O encontro das Irmãs Formadoras é uma prática que vivemos anualmente na Congregação.  Estivemos no Rio de Janeiro para o encontro formativo das Irmãs Junioristas de 29/12/2013 a 05/01/2014. Aproveitamos a viagem/passagem e continuamos do dia 06 a 11 de janeiro realizando nosso encontro anual de Irmãs Formadoras: Setor Geral e Províncias.

Nos dias 06 e 07 contamos com a importante presença de Irmã Marlise Hendges – Diretora Geral da Congregação – ajudando a refletir sobre o processo da formação que desenvolvemos orientadas pelos nossos Documentos Congregacionais, orientações da Igreja, desafios da realidade e, especialmente, das buscas das Juventudes.

Nos dias que lá estivemos, partilhamos nossas experiências no acompanhamento do processo formativo de jovens vocacionadas, jovens vivendo o processo de formação de aspirantes, postulantes, noviças, Irmãs Junioristas e da formação continuada. Tempo também dedicamos para refletir sobre nossa realidade de vida em comunidade, das dificuldades relacionais que interferem na missão da Vida Religiosa Consagrada (VRC).

Mais tempo, porém, dedicamos na busca de caminhos e estratégias de superação  de conflitos relacionais e do cultivo de uma VRC vivida na alegria da consagração religiosa, na confiança e na esperança de sermos sinais vivos de Deus, transparência da íntima comunhão com o Mistério Pascal de Cristo.

Com nossas partilhas e reflexões, retornamos à missão mais abastecidas, responsáveis e felizes por sermos Irmãs Formadoras, e por podermos contribuir na felicidade e fidelidade de jovens formandas, de Irmãs e da vida comunitária.

“Nossa missão é grande” nos diz a Bem-aventurada Bárbara Maix e nossa alegria é imensa em podermos vivê-la como discípulas-missionárias do Reino de Deus.

Irmã Iraides Dall’Agnol

Mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações

Foi publicada nesta quinta-feira, a mensagem do Papa Francisco para o 51º Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no dia 11 de maio de 2014, IV Domingo de Páscoa. O tema é: “Vocações, testemunho da verdade”. Publicamos a seguir o texto da mensagem na íntegra:



Amados irmãos e irmãs!

1. Narra o Evangelho que «Jesus percorria as cidades e as aldeias (...). Contemplando a multidão, encheu-Se de compaixão por ela, pois estava cansada e abatida, como ovelhas sem pastor. Disse, então, aos seus discípulos: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, portanto, ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe”» (Mt 9, 35-38). Estas palavras causam-nos surpresa, porque todos sabemos que, primeiro, é preciso lavrar, semear e cultivar, para depois, no tempo devido, se poder ceifar uma messe grande. Jesus, ao invés, afirma que «a messe é grande». Quem trabalhou para que houvesse tal resultado? A resposta é uma só: Deus. Evidentemente, o campo de que fala Jesus é a humanidade, somos nós. E a ação eficaz, que é causa de «muito fruto», deve-se à graça de Deus, à comunhão com Ele (cf. Jo 15, 5). Assim a oração, que Jesus pede à Igreja, relaciona-se com o pedido de aumentar o número daqueles que estão ao serviço do seu Reino. São Paulo, que foi um destes «colaboradores de Deus», trabalhou incansavelmente pela causa do Evangelho e da Igreja. Com a consciência de quem experimentou, pessoalmente, como a vontade salvífica de Deus é imperscrutável e como a iniciativa da graça está na origem de toda a vocação, o Apóstolo recorda aos cristãos de Corinto: «Vós sois o seu [de Deus] terreno de cultivo» (1 Cor 3, 9). Por isso, do íntimo do nosso coração, brota, primeiro, a admiração por uma messe grande que só Deus pode conceder; depois, a gratidão por um amor que sempre nos precede; e, por fim, a adoração pela obra realizada por Ele, que requer a nossa livre adesão para agir com Ele e por Ele.

2. Muitas vezes rezámos estas palavras do Salmista: «O Senhor é Deus; foi Ele quem nos criou e nós pertencemos-Lhe, somos o seu povo e as ovelhas do seu rebanho» (Sal 100/99, 3); ou então: «O Senhor escolheu para Si Jacob, e Israel, para seu domínio preferido» (Sal 135/134, 4). Nós somos «domínio» de Deus, não no sentido duma posse que torna escravos, mas dum vínculo forte que nos une a Deus e entre nós, segundo um pacto de aliança que permanece para sempre, «porque o seu amor é eterno!» (Sal 136/135, 1). Por exemplo, na narração da vocação do profeta Jeremias, Deus recorda que Ele vigia continuamente sobre a sua Palavra para que se cumpra em nós. A imagem adoptada é a do ramo da amendoeira, que é a primeira de todas as árvores a florescer, anunciando o renascimento da vida na Primavera (cf. Jr 1, 11-12). Tudo provém d’Ele e é dádiva sua: o mundo, a vida, a morte, o presente, o futuro, mas – tranquiliza-nos o Apóstolo - «vós sois de Cristo e Cristo é de Deus» (1 Cor 3, 23). Aqui temos explicada a modalidade de pertença a Deus: através da relação única e pessoal com Jesus, que o Baptismo nos conferiu desde o início do nosso renascimento para a vida nova. Por conseguinte, é Cristo que nos interpela continuamente com a sua Palavra, pedindo para termos confiança n’Ele, amando-O «com todo o coração, com todo o entendimento, com todas as forças» (Mc 12, 33). Embora na pluralidade das estradas, toda a vocação exige sempre um êxodo de si mesmo para centrar a própria existência em Cristo e no seu Evangelho. Quer na vida conjugal, quer nas formas de consagração religiosa, quer ainda na vida sacerdotal, é necessário superar os modos de pensar e de agir que não estão conformes com a vontade de Deus. É «um êxodo que nos leva por um caminho de adoração ao Senhor e de serviço a Ele nos irmãos e nas irmãs» (Discurso à União Internacional das Superioras Gerais, 8 de Maio de 2013). Por isso, todos somos chamados a adorar Cristo no íntimo dos nossos corações (cf. 1 Ped 3, 15), para nos deixarmos alcançar pelo impulso da graça contido na semente da Palavra, que deve crescer em nós e transformar-se em serviço concreto ao próximo. Não devemos ter medo: Deus acompanha, com paixão e perícia, a obra saída das suas mãos, em cada estação da vida. Ele nunca nos abandona! Tem a peito a realização do seu projeto sobre nós, mas pretende consegui-lo contando com a nossa adesão e a nossa colaboração.

3. Também hoje Jesus vive e caminha nas nossas realidades da vida ordinária, para Se aproximar de todos, a começar pelos últimos, e nos curar das nossas enfermidades e doenças. Dirijo-me agora àqueles que estão dispostos justamente a pôr-se à escuta da voz de Cristo, que ressoa na Igreja, para compreenderem qual possa ser a sua vocação. Convido-vos a ouvir e seguir Jesus, a deixar-vos transformar interiormente pelas suas palavras que «são espírito e são vida» (Jo 6, 63). Maria, Mãe de Jesus e nossa, repete também a nós: «Fazei o que Ele vos disser!» (Jo 2, 5). Far-vos-á bem participar, confiadamente, num caminho comunitário que saiba despertar em vós e ao vosso redor as melhores energias. A vocação é um fruto que amadurece no terreno bem cultivado do amor uns aos outros que se faz serviço recíproco, no contexto duma vida eclesial autêntica. Nenhuma vocação nasce por si, nem vive para si. A vocação brota do coração de Deus e germina na terra boa do povo fiel, na experiência do amor fraterno. Porventura não disse Jesus que «por isto é que todos conhecerão que sois meus discípulos: se vos amardes uns aos outros» (Jo 13, 35)?

4. Amados irmãos e irmãs, viver esta «medida alta da vida cristã ordinária» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31) significa, por vezes, ir contra a corrente e implica encontrar também obstáculos, fora e dentro de nós. O próprio Jesus nos adverte: muitas vezes a boa semente da Palavra de Deus é roubada pelo Maligno, bloqueada pelas tribulações, sufocada por preocupações e seduções mundanas (cf. Mt 13, 19-22). Todas estas dificuldades poder-nos-iam desanimar, fazendo-nos optar por caminhos aparentemente mais cômodos. Mas a verdadeira alegria dos chamados consiste em crer e experimentar que o Senhor é fiel e, com Ele, podemos caminhar, ser discípulos e testemunhas do amor de Deus, abrir o coração a grandes ideais, a coisas grandes. «Nós, cristãos, não somos escolhidos pelo Senhor para coisas pequenas; ide sempre mais além, rumo às coisas grandes. Jogai a vida por grandes ideais!» (Homilia na Missa para os crismandos, 28 de Abril de 2013). A vós, Bispos, sacerdotes, religiosos, comunidades e famílias cristãs, peço que orienteis a pastoral vocacional nesta direção, acompanhando os jovens por percursos de santidade que, sendo pessoais, «exigem uma verdadeira e própria pedagogia da santidade, capaz de se adaptar ao ritmo dos indivíduos; deverá integrar as riquezas da proposta lançada a todos com as formas tradicionais de ajuda pessoal e de grupo e as formas mais recentes oferecidas pelas associações e movimentos reconhecidos pela Igreja» (João Paulo II, Carta ap. Novo millennio ineunte, 31).

Disponhamos, pois, o nosso coração para que seja «boa terra» a fim de ouvir, acolher e viver a Palavra e, assim, dar fruto. Quanto mais soubermos unir-nos a Jesus pela oração, a Sagrada Escritura, a Eucaristia, os Sacramentos celebrados e vividos na Igreja, pela fraternidade vivida, tanto mais há-de crescer em nós a alegria de colaborar com Deus no serviço do Reino de misericórdia e verdade, de justiça e paz. E a colheita será grande, proporcional à graça que tivermos sabido, com docilidade, acolher em nós. Com estes votos e pedindo-vos que rezeis por mim, de coração concedo a todos a minha Bênção Apostólica.
Vaticano, 15 de Janeiro de 2014 [Franciscus]

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Papa criará 19 novos cardeais, entre eles dom Orani João Tempesta

O papa Francisco anunciou no domingo, 12, após a oração do Angelus, que no próximo 22 de fevereiro presidirá o Consistório no qual criará 19 novos cardeais, entre eles o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani João Tempesta. No dia 23, haverá uma solene concelebração eucarística com os novos cardeais.



"Em minha indignidade tenho certeza que a graça de Deus não me faltará para poder bem servir a Igreja nessa dimensão universal que é a dimensão do cardinalato. Peço a todos que continuem rezando por mim para que possa continuar servindo à Deus, à Igreja, como tenho servido até hoje, mas agora com essa responsabilidade maior, que se une as que já desenvolvo", disse dom Orani em entrevista ao site da arquidiocese do Rio de Janeiro.

Currículo

Paulista de São José do Rio Pardo, dom Orani João Tempesta, nasceu no dia 23 de junho de 1950, filho de Achille Tempesta e de Maria Bárbara de Oliveira. Religioso da Ordem Cisterciense, cursou Filosofia no Mosteiro de São Bento, em São Paulo (SP) e Teologia no Instituto de Teologia Pio XI, em São Paulo (SP).

Foi ordenado presbítero na sua cidade natal, em 7 de dezembro de 1974, na paróquia São Roque, onde foi vigário e pároco.

Em 26 de fevereiro de 1997 foi eleito bispo para a diocese de São José do Rio Preto (SP), governando-a por mais de 7 anos (01/05/1997 a 12/10/2004). Ao ser ordenado bispo em 25 de abril de 1997 pelo seu antecessor, dom José de Aquino Pereira, adotou o lema: “Que todos sejam um”.

Em 13 de outubro de 2004 foi eleito arcebispo metropolitano de Belém do Pará, permanecendo no oficio por mais de 4 anos (08/12/2004 a 26/02/2009).

Enquanto arcebispo de Belém, foi eleito delegado pela CNBB para a 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho (Celam), realizado em Aparecida-SP (maio 2007).

Em 27 de fevereiro de 2009 foi eleito pelo papa Bento XVI como arcebispo metropolitano da arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro (RJ), tomando posse em 19 de abril do mesmo ano, até hoje.

Como arcebispo do Rio, exerce ainda o ofício de presidente da Fundação Rádio Catedral, Grão-Chanceler da Pontifícia Universidade Católica (PUC-Rio) e presidente da Pastoral do Menor. Também foi o presidente do Comitê Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013)
       CNBB: Congratulações a dom Orani João Tempesta


“Eis o meu servo: nele se compraz minh"alma” (Is 42,1).

É com imensa satisfação que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB recebe o anúncio da nomeação cardinalícia de dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, feito pelo papa Francisco, hoje, 12. Congratulamo-nos com dom Orani, que exerce com solicitude apostólica o seu ministério episcopal. O consistório será realizado no dia 22 de fevereiro deste ano.

Dom Orani é religioso da Ordem Cistenciense. Foi ordenado presbítero em 7 de dezembro de 1974 e ordenado bispo da diocese de São José do Rio Preto (SP) em 26 de fevereiro de 1997.  Em 13 de outubro de 2004 foi nomeado arcebispo de Belém (PA) e em 27 de fevereiro de 2009, arcebispo do Rio de Janeiro. Na CNBB, foi presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação Social por dois mandatos, permanecendo na função de 2003 a 2011. Também foi membro do Conselho Episcopal Pastoral, do Conselho Permanente e do Conselho Econômico da Conferência dos Bispos.

Em julho deste ano, a arquidiocese do Rio de Janeiro foi anfitriã da Jornada Mundial da Juventude. Dom Orani assumiu esse serviço com dedicação e generosidade, acolhendo o Santo Padre e milhares de peregrinos vindos de todas as partes do Brasil e do mundo.

“Com a alegria da Fé, somos missionários para proclamar o Evangelho de Jesus Cristo e, n’Ele, a boa nova da dignidade humana, da vida, da família, do trabalho, da ciência e da solidariedade com a criação” (Documento de Aparecida, nº 103). A Dom Orani, asseguramos nossas orações e pedimos a Nossa Senhora Aparecida que o acompanhe na missão de servir à Igreja junto ao Santo Padre.

Agradecemos ao Papa Francisco pela nomeação de mais um cardeal brasileiro.


Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB