terça-feira, 2 de setembro de 2014

Partida inter-religiosa pela paz: o Papa encontra os jogadores

O Papa Francisco encontrou na tarde desta segunda-feira, na Sala Paulo VI, no Vaticano, os jogadores e promotores da primeira partida inter-religiosa pela paz, que foi disputada no Estádio Olímpico, em Roma. A iniciativa nasceu de um encontro realizado em abril de 2013 entre o Santo Padre e o jogador argentino Javier Zanetti. A arrecadação do jogo é beneficente, voltada às duas estruturas educativas para jovens: a Scholas Occurrentes e a Fundação P.U.P.I. Entre os presentes, Diego Armando Maradona, Alex Del Piero, Javier Zanetti, Buffon, Pirlo, Shevchenko, Paolo Maldini, Cordoba, Nainggolan, Valderrama.

Dirigindo-se aos presentes, o Papa agradeceu pela “prontidão” das adesões ao seu desejo de “ver campeões e treinadores de vários países e de diversas religiões em uma disputa esportiva, para testemunhar sentimentos de fraternidade e de amizade”. O Papa agradeceu a todas as pessoas que contribuíram para a realização do evento, e em particular voltou seu pensamento à “Scholas occurrentes”, que opera junto à Pontificia Academia das Ciências e à “Fondazione Pupi Onlus”:

“A partida desta noite certamente será ocasião para recolher fundos para sustentar projetos de solidariedade, mas sobretudo para refletir sobre valores universais que o futebol e o esporte de maneira geral podem favorecer: a lealdade, a partilha, a acolhida, o diálogo, a confiança no outro. Trata-se de valores que igualam as pessoas indiferentemente de raça, cultura e credo religioso”.

O Santo Padre ressaltou que o evento desta noite “será um gesto altamente simbólico para fazer entender que é possível construir a cultura do encontro e um mundo de paz”, onde crentes e não-crentes de diferentes religiões - conservando a sua identidade – “possam conviver em harmonia e no respeito recíproco”.

Todos sabemos que o esporte, em particular o futebol, disse o Papa, é um fenômeno humano e social que tem muita importância e incidência no costume e na mentalidade contemporânea:

“As pessoas, especialmente os jovens, olham com admiração para as vossas capacidades atléticas. É importante dar um bom exemplo, quer no campo, quer fora dele. Nas competições esportivas, vocês são chamados a mostrar que o esporte é alegria de viver, jogo, festa e como tal deve ser valorizado mediante a recuperação da sua gratuidade, da sua capacidade de estreitar vínculos de amizade e abertura de uns aos outros”.

O Papa salientou aos jogadores, que com os comportamentos cotidianos, “carregados de fé e de espiritualidade, de humanidade e de altruísmo”, eles podem favorecer ideais de “pacífica convivência civil e social, para a edificação de uma civilização fundada no amor, na solidariedade e na paz. E esta é a cultura do encontro”.

Bergoglio reiterou o desejo de que a partida desta noite reavive a consciência “da necessidade de empenhar-se para que o esporte contribua” a uma “pacífica existência de todos os povos, excluindo toda discriminação de raça, de língua e de religião”:

“Vocês sabem que discriminar pode ser sinônimo de ‘desprezar’. A discriminação é um desprezo e vocês, com esta partida de hoje, dirão ‘não’ a qualquer forma de discriminação. As religiões, em particular, são chamadas a ser veículo de paz e nunca de ódio, porque em nome de Deus se deve levar sempre e somente o amor. Religiões e esporte, entendidos neste modo autêntico, possam, colaborar e oferecer a toda a sociedade sinais eloqüentes daquela nova era em que os povos ‘não levantarão a espada um contra o outro’”.

“Alarguem os vossos corações de irmão a irmão! Este é um dos segredos da vida”, e também alarguem “a dimensão mais profunda e autêntica do esporte”, concluiu o Pontífice. (JE)


Rádio Vaticano

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