Faltam-me
palavras para exprimir a emoção do encontro com o Papa na Celebração
Eucarística da Catedral do Rio de Janeiro, neste 27 de julho...
Primeiro,
o convite gentil e a acolhida fraterna, bem franciscana, das Irmãs
Clarissas da Gávea, para eu estar com elas e ter a possibilidade de
participar de momento tão importante, dos Bispos, sacerdotes,
religiosos e seminaristas com o Papa, uma experiência ímpar,
extraordinária, quase divina...
Depois,
já na Catedral, vivendo a alegre expectativa de sua chegada, o encontro
feliz com tantos amigos... E de repente, a surpresa de Deus: o Papa
Francisco, aclamadíssimo pelo povo, adentra o sagrado recinto, por entre
gritos de júbilo, festa e alegria... Eu, que estava atrás dos Bispos,
encostada à grade de proteção, fui percebida por seu olhar, à indicação
de Dom Orani Tempesta, que o acompanhava. Francisco parou à minha
frente, me abraçou, apertou minhas mãos, me olhou terna e longamente,
enquanto eu lhe cantava “Francisco, no abraço do Redentor”, com a ajuda
de algumas vozes sacerdotais, que a meu lado, me apoiavam, segurando
também as mãos do Papa. Uma cena marcante, inexprimível, inesquecível!
Semelhante
experiência do olhar de Jesus eu havia feito no meu retiro inaciano, em
Itaici... que aliás se fez canto, gravado no CD “Solidão Sonora / Em
Busca de Deus”... Indizível, portanto! Uma ternura tal, um quase
inclinar do coração para ver e ouvir com os olhos e ouvidos do coração!
Eu vi, senti, experimentei o olhar de Deus nesse olhar quase
lacrimejante de Francisco, pois ele penetrou tão
profundamente em meu ser, que jamais se apagará esta imagem... Foi um
verdadeiro toque de Jesus Cristo, uma força divina que se fez visível no
olhar, nas mãos, nos gestos do homem de Deus!... Oxalá se faça mais
vida em mim e me transforme, me converta um pouco mais, fazendo-me
também misericórdia, solidariedade e amor para com meus irmãos!... Sim,
porque se nos sentimos amados por Deus, fazendo a experiência do seu
amor compassivo, é para que também o sejamos com o próximo, deixando-nos
surpreender sempre de novo por esse amor terno e fiel do Senhor!
Assim,
o que na casa da Mãe Aparecida cantei com a multidão, à chegada e à
saída do Papa, na Catedral do Rio foi tão pessoal e íntimo, tão suave e
silencioso, que o momento não foi registrado por câmara de televisão nem
sequer por máquina fotográfica... Tinha que ser assim: o que acontece
de mais sagrado na gente é apenas registrado pelo coração, fica longe da
mídia, para que não se perca a essência da intimidade. Mas as lágrimas
de alegria e emoção por este momento de graça ainda teimam em molhar as
faces, regando e fecundando minha vida toda e toda a minha vida!
Também
eu, como todos nós brasileiros, abençoados por esta presença
extraordinária, já estou sentindo saudades... E canto no coração aquele
refrão que compus e cantei, comovida às lágrimas, quando, no final da
minha experiência de três meses em Moçambique, me despedi do povo de
Deus, em maio de 2011: “Vou sentir saudades, vou chorar de amor”...
Gravado no CD “Cantarei ao meu Senhor”, com a Paulus, este meu canto
cabe agora na voz do povo todo, à despedida do amado Papa Francisco,
mas cujo coração continua no nosso, e o nosso, no seu!...
Obs:
A foto que consegui tirar do Papa é de rara beleza, por isso partilho-a
com os irmãos e amigos, além de algumas outras, que registram nossos
momentos de céu e puro encantamento... Veja o álbum completo na Galeria de Fotos!
Ir. Miria T. Kolling
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