Nos dias 09, 10 e 11 de agosto na
CAJU - Casa Marista da Juventude, aconteceu mais um Seminário Estadual
da Vida Religiosa Inserida e Solidária. Com muita alegria, disposição e
ardor profético reuniram-se religiosas e religiosos da CRB/RS no desejo
de partilhar, conviver e refletir coletivamente sobre nossa missão. Foi
um momento de renovarmos nossa opção pelos empobrecidos e empobrecidas,
aprendendo de Jesus de Nazaré que nos conduz às novas periferias e
fronteiras da missão.
Não há como lançarmos um olhar sobre a missão sem estarmos atentas a realidade que grita e clama por mais justiça e vida. Para nos ajudar a fazer uma leitura e análise da conjuntura nos assessorou João Pedro Stédile, membro da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), grande companheiro na luta por mais justiça e vida digna aos nossos irmãos e irmãs. O assessor nos apresentou elementos para entendermos a conjuntura, explanando uma analise da luta de classes na história do Brasil, as conquistas e as derrotas das organizações populares, marcadas por grandes líderes e profetas, em períodos de repressão, resistência. Stédile ressaltou a grande importância das comunidades inseridas em meios populares afirmando: “Sem organizar, conscientizar o povo não haverá libertação”. Insistiu na metodologia do trabalho de base, que gera a consciência de base, no engajamento das lutas sociais, na formação política da nossa juventude, bem como a constante busca em renovar a nossa ação junto aos pobres.
Tivemos também a presença do Frei Wilson Dallagnol, que nos provocou, nos instigando a olhar o mundo sob a ótica dos pobres, estes são nossos aliados preferenciais, “nós agimos e pensamos lá onde estão nossos pés”, afirmou o Frei. O assessor conduziu o grupo a refletir sobre várias inquietações dentre elas: Onde deveríamos estar? Que espaços precisamos nos inserir? Que novas periferias e fronteiras necessitam de nossa presença e ação profética e solidária? Frei Wilson falou da proximidade com os pobres, afirmou que “só faz a opção quem está próximo”, e nos lançou um questionamento instigador: “Onde Jesus andava e com quem Jesus andava?”, expressando o desejo de que a Vida Religiosa deva ser missionária e profética.
Foi um momento de
alimentar a mística do Reino, reafirmando a opção preferencial pelos
empobrecidos e empobrecidas, qualificando nossa ação onde estamos
inseridas, fortalecendo nosso compromisso com as grandes causas sociais,
econômicas, políticas e ambientais.
“A vida espiritual se verifica no compromisso com a vida”.
Irmã Letícia C. Cavalheiro - ICM
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